
O telefone chamou pela terceira vez àquela noite e mais uma vez não houve resposta. Quanto tempo eles levariam para perceber que algo estava errado naquele silêncio? Quanto tempo mais ela ainda suportaria aquela tortura, aquele inferno? Se ela pudesse escolher já estaria morta, mas ela sequer sabia se estaria morta no fim. Se ele não a matasse ela mesma cuidaria disso mais tarde, pelo menos foi o que pensou enquanto aquele corpo grotesco pesava sobre seu corpo exausto da tentativa de fugir.
Ela jamais imaginara que ele seria capaz de algo tão sórdido. Quando confiou a ele seus segredos, quando permitiu que ele entrasse em sua vida e tomasse parte de cada aspecto dela, ela jamais imaginara que poderia ser traída de tal forma, de maneira tão violenta e aterradora. Mas agora era tarde demais para pensar nisso, era tarde demais para qualquer coisa, aquilo logo chegaria ao fim. Ela já exaurira todas as suas forças tentando dominá-lo, mas ele tinha o dobro de sua determinação. Já extinguira sua voz gritando por ajuda, mas não havia ninguém que pudesse socorrê-la. Já esgotara todas as suas lágrimas, mas elas se foram junto com a esperança. Ela, por fim, perdera a necessidade de manter-se viva, pois seria como manter viva aquela experiência e essa era uma dor que ela não tinha a intenção de carregar.
Ele terminara, estava satisfeito com o que fizera e apenas deu as costas e se foi. Partiu tão silencioso como quando entrara, invadindo sua casa e seu corpo. Violentado. Marcado. A prova tátil do que acontecera. Sua alma dilacerada. Ela sabia o que fazer.
Na manhã seguinte a mãe da garota entrou em casa. A porta estava destrancada apesar dela lhe ter dito para mantê-la trancada sempre. Uma precaução necessária em uma época tão violenta. Chamou pela filha mas não obteve resposta, começava a ficar preocupada já que não conseguia entrar em contato com ela desde a noite anterior. Subiu as escadas, abriu a porta do quarto da garota. Nada lá também. Foi quando reparou em algo próximo a porta do banheiro, algo que ela não podia reconhecer, algo que ela não queria reconhecer.
Lentamente o liquido vermelho se espalhava em uma mancha informe sobre o piso branco, tão forte, tão vivo, atravessando àquela porta que separava agora uma mãe do corpo inerte de sua filha, suas almas dilaceradas.
Ela jamais imaginara que ele seria capaz de algo tão sórdido. Quando confiou a ele seus segredos, quando permitiu que ele entrasse em sua vida e tomasse parte de cada aspecto dela, ela jamais imaginara que poderia ser traída de tal forma, de maneira tão violenta e aterradora. Mas agora era tarde demais para pensar nisso, era tarde demais para qualquer coisa, aquilo logo chegaria ao fim. Ela já exaurira todas as suas forças tentando dominá-lo, mas ele tinha o dobro de sua determinação. Já extinguira sua voz gritando por ajuda, mas não havia ninguém que pudesse socorrê-la. Já esgotara todas as suas lágrimas, mas elas se foram junto com a esperança. Ela, por fim, perdera a necessidade de manter-se viva, pois seria como manter viva aquela experiência e essa era uma dor que ela não tinha a intenção de carregar.
Ele terminara, estava satisfeito com o que fizera e apenas deu as costas e se foi. Partiu tão silencioso como quando entrara, invadindo sua casa e seu corpo. Violentado. Marcado. A prova tátil do que acontecera. Sua alma dilacerada. Ela sabia o que fazer.
Na manhã seguinte a mãe da garota entrou em casa. A porta estava destrancada apesar dela lhe ter dito para mantê-la trancada sempre. Uma precaução necessária em uma época tão violenta. Chamou pela filha mas não obteve resposta, começava a ficar preocupada já que não conseguia entrar em contato com ela desde a noite anterior. Subiu as escadas, abriu a porta do quarto da garota. Nada lá também. Foi quando reparou em algo próximo a porta do banheiro, algo que ela não podia reconhecer, algo que ela não queria reconhecer.
Lentamente o liquido vermelho se espalhava em uma mancha informe sobre o piso branco, tão forte, tão vivo, atravessando àquela porta que separava agora uma mãe do corpo inerte de sua filha, suas almas dilaceradas.