domingo, 22 de abril de 2007

PARADA

No meio do escuro, no meio do nada

Do nada

Nada
Nada

SENTIMENTAL
Quisera não ser, mas o sou
E só se é o que é

O que é

O que é


FINGINDO

A alegria que aparento é metade da tristeza que sinto

Essa tristeza rala e sem cor

Que dói sem marcar

Que me é sem me ser

ESTÈTICA

O acabamento perfeito para o que acabou

Para o que não foi

Para o que se foi

Porque se acabou

CONCRETUDE

Realidade acimentada


Para me enterrar

Para me lacrar

Para me vencer


SENSÌVEL

Por estas rimas pobres

Que corroem meus versos

Por meus segredos imersos

Por meu não disfarçar

LOUCURA

Que controla meus atos

Que traduz estes fatos

Que são certos ou não

Que são pensados ou não

PARADA

No meio do nada, no meio do chão

No meio da queda

Com medo do escuro

Na escuridão.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Nada


Na solidão de um quarto escuro vive uma garotinha e ela, coitadinha, chora e nem sabe porque. Ela tinha um amigo, talvez dois ou dez, quem se importa? Eles foram embora e ela ficou na escuridão. Os pais dela estão lá fora e também o seu irmão, mas de que serve se ela está aqui dentro? Só... Por que só se há tanta gente por aí? Escuro... Por que na escuridão se pode acender as luzes? Na escuridão de um quarto só vive uma garotinha e ela está muito cansada para acender as luzes, cansada de nada. E ela está muito cansada para sair e ver as pessoas, cansada do nada. O nada cansa muito a gente, assim do nada, de repente. Basta ficar sem fazer nada! Daí bate uma dor no peito, ou vai ver que é um vazio e é por isso que ela chora. Ela nem quer ficar sozinha e nem tem gosto pelo escuro, mas ela acha que, quem sabe, alguém se importa e vem aqui abrir a porta, então espera. Na solidão de um quarto escuro morre uma garotinha e no enterro dela, coitadinha, tinha gente pra danar. Tanta gente chorando e ela morreu de esperar. Mas disso ninguém sabe, porque a tristeza dela ninguem viu, quando num quarto escuro qualquer o coraçao dela, de tão sozinho, se partiu, etudo porque ela estava de olhos fechados. Isso mesmo,aquele quarto nao tinha porta nem parede ou teto, e se aquela garotinha quisesse ela podia até ver o Sol, mas a coitadinha estava muito cansada, cansada do nada. Esse nada danado faz isso com a gente, assim, por nada, de repente!


**texto antigo... da fase suicida (brincando pessoas...calma!), da época que eu escrevia pra descarregar a pena que eu tinha de mim mesmo...credo...isso faz mal!eu particularmente nao me orgulho muito desse texto nao...só serve se você souber a entonaçao certa para lê-lo e às vezes eu acho q eu sou a única que sabe ( e isso só porque fui eu quem escreveu e nada mais)...mas enfim, fica ele ai pq a melancolia é necessaria as vezes...
=*

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Metalinguístico


inspiração sf. 1. Ato de inspirar(-se) ou de ser inspirado. 2. Ato de inspirar[introduzir o ar nos pulmões]. 3. Qualquer estímulo ao pensamento ou à atividade criadora. 4. entusiasmo poético; estro[sinônimo de inspiração].
*verbete extraído do miniAurélio século XXI, pequenino dicionário semi-inútil que sempre me deixa na mão e que, segundo um memorável professor de português que eu tive, nao serve senão para adubo de plantas e funções afins.

Voltando à inspiraçao...que coisinha mais dificil de ter, conseguir, achar, produzir ou seja lá que verbo se adeque a ela. Quanto mais você precisa, menos você tem. Eis portanto o dilema dos autores de blog, e dos autores do que quer que seja, como escrever com frequência e competência algo que entretenha e agrade a vocês leitores? Tarefinha ingrata essa, apesar da infinidade de temas passiveis de abordagem. Às vezes as palavras simplesmente não ajudam, nada sai destas mentes insanas que um dia aventuraram-se na vida blogueira.

Além da falta de inspiraçao, eu particularmente não posso deixar de culpar a preguiça, este meu velho habito de evitar a fadiga quase a todo custo ( mas nunca tanto quanto algumas pessoas que eu conheço), que mil vezes me fez desistir de textos promissores mesmo antes de começa-los.

Enfim, tamanha introduçao foi só para não lançar assim a seco meu pedido de desculpas pela pouca dedicação que eu tenho demonstrado por este pequenino blog. O bom foi que, utilizando-me de artificios metalinguisticos, eu consegui, em plena crise de criatividade, escrever um texto de proporções razoáveis. Não que ele (este texto) vá acrescentar nada de significativo na vida de vocês, não que ele seja interessante, divertido, instrutivo ou mesmo considerável, mas vai servir pra mudar a data da última postagem... essa data longínqua já estava me dando nos nervos.

domingo, 1 de abril de 2007

A melhor Páscoa do mundo!

Finalmente chegou... Chegou o momento de consumo desregrado incentivado pelo capitalismo selvagem mais feliz do ano. Circunstanciada pela Páscoa, a venda de chocolates encontra o auge neste período, são quilos e mais quilos dos mais variados tipos e marcas de chocolates dependurados em suas peculiares armações metálicas pelas mais diversas lojas do país, especializadas ou não na venda do doce em particular.

Quer apelo maior do que ao entrar em uma loja ser obrigado a caminhar por dentro de toda uma pólis açucarada? E pior ainda se você for o pobre acompanhante de uma criança, inevitável sair de lá com pelo menos um dos benditos ovos ou, se não, com uma bela dor de cabeça. Eu citei a compra de um ovo de páscoa, mas, embora esta seja ainda a opção padrão, existem os corações, coelhos, gotas, bolas, entre outras dezenas de possibilidades fórmicas para o excelentíssimo chocolate.

Se você é o triste portador de alguma espécie de doença que o impossibilita de comer chocolate... Eu sinto muito, rezarei pela sua alma e que você alcance a felicidade por outros meios que não o gastronômico. Se você não gosta de chocolate... Eu sinto muito, deve ser difícil suportar toda a pressão que existe a respeito do consumo de tal iguaria. Se você ainda não comprou o chocolate para esta Páscoa... não precisa se apressar, há chocolate para vender e vender (dar, jamais) até domingo e depois.

É uma pena porém, que a Páscoa, assim como o Natal e tantas outras datas comemorativas, tenha se transformado em um mero pretexto para uma alavancada nas vendas, uma caçada pelo lucro. Triste saber que, para a maioria das crianças que esperneia ate conseguir ter em mãos um desses artigos deliciosos e caros, a Páscoa não passa de uma oportunidade de esbaldar-se em chocolate não tendo nenhum significado particularmente superior. Mas, vivendo na era do capitalismo reinante, quem poderia mudar tal realidade?

Só resta a esta autora desejar a todos uma feliz Páscoa!