sexta-feira, 23 de março de 2007

Calorzinho gostoso

Fortaleza,7 de Janeiro de 2007
Andando na avenida paro e vejo ao longe o horizonte distorcido, é o calor, nada além desse calorzinho nosso... Será possível que eu seja em toda a cidade a única pessoa que percebeu a incrível, absurda, catastrófica elevação das temperaturas? Não, eu não sou a única. “Êta, que calor”! Quer frase mais comum que esta saindo da boca dos fortalezenses nos últimos dias? Não que Fortaleza fosse antes uma cidade de clima frio. Não que nós tenhamos o privilegio de diferenciar entre as quatro estações. Longe disso, mas que as temperaturas estão mais altas, isto estão.

Eu cá com meus botões andei teorizando a respeito desta mudança abominável nos padrões meteorológicos de nossa cidade e cheguei à conclusão que é tudo culpa nossa. É claro, culpa nossa! Toda aquela história de efeito estufa, aquecimento global e faça sua parte tem, certamente, alguma relação com nossa situação. Os fortalezenses devem ser as pessoas menos apegadas à camada de ozônio existentes no planeta. Nada diz, porém, que eu não esteja equivocada em minha afirmação anterior, nós podemos simplesmente estar entrando em processo apocalíptico e Fortaleza será a primeira cidade tragada na destruição. Nós já estamos mesmo ardendo em fogo! Ou talvez, quem sabe, isso é um prenuncio da onda gigantesca que vem por ai, ondas gigantes tem sempre a ver com mudanças climáticas... Ou será que elas tem a ver com catástrofes geográficas? Mudanças climáticas são catástrofes geográficas? Geográfico ou não, que calor catastrófico!

Pra quem ainda não reparou, até mesmo os aparelhos de ar condicionado vem se rebelando diante de tamanha quentura, os da nossa querida universidade federal pelo menos estão há muito anunciando o estouro de uma greve geral! Nem eles, os aparelhos de ar, querem estar ligados neste clima. Bom mesmo seria se nós pudéssemos curtir esse sol deitados em uma rede na varandinha ventilada de casa, ou nos bronzeando na areia da praia, tomando uma aguinha de coco gelada e exibindo o caríssimo óculos de sol comprado especialmente pra nos proteger desse gigantão celeste. Ai sim a gente ia dizer: “êta que calor! Mas um calorzinho gostoso!”

quarta-feira, 21 de março de 2007

Banho a luz de "velas"


Caros leitores deste blog divagante, vocês por acaso ainda contam com a presença de seus queridos avós em suas vidas?! Para a felicidade familiar de vocês, eu sinceramente espero que sim. Eu, por exemplo, ainda tenho meus dois vovôs e minhas duas vovós e às vezes me pergunto o que seria de mim sem eles, normalmente eu me pergunto isto naqueles momentos em que só mesmo eles pra nos livrar daquele problema... assim como, quando eles ficam do nosso lado em discussões com os papis, quando nao tem nada pra comer em casa (só costuma valer quando os avós moram perto), quando alguem anuncia que uma onda gigante vai tragar nossas casas daqui há alguns anos e eles compram um sitio lá no fim do mundo só pra você não morrer afogado....

Sim, eles também fazem esse tipo de coisa por nós, pelo menos a minha avó (mãe do meu pai) fez. No final do ano passado ela se tornou a mais nova proprietária de um lote de terra em Horizonte (se você não sabe onde é...eu sou solidária a você) onde, diz ela, a onda gigante tiradora de sono das mães de família não chegará! Até ai tudo bem, eu ficarei extremamente grata se graças a esta aquisição eu estiver viva apos o desastre, mas não foi ai que parou a historia, meu pai se empolgou tanto com a compra deste terreno que resolveu construir a casa o mais rápido possível. Contratou um pedreiro e usando seus super poderes levantou a casa em tempo recorde (eu tô falando serio, as vezes meu pai me assusta!), já contamos com energia elétrica, água encanada, uma cozinha com aparatos tecnologicos de ponta e ate uma cama só pra mim (porque eu sou uma neta privilegiada). Apesar de tudo isso a casa ainda não esta concluída, somente 2 dos 4 banheiros estão prontos pra banho, sendo que, em um deles, ainda nao foi feita a instalaçao eletrica.

Imagine entao, caro leitor, uma casa super lotada (mais precisamente com 28 avós, pais, tios e primos) naquela hora maligna em que bate em todos a estranha necessidade de tomar banho. Isto aconteceu em minha ultima visita ao sitio dos Nogueira, mas eu, que não sou uma pessoa muito paciente, resolvi nao esperar uma vaga no super concorrido banheiro iluminavel. Peguei minhas tralhinhas de banho, minha toalha e minha mãe (pra vigiar o banheiro q tambem nao tem porta) e rumei em direçao a opçao menos aconselhavel para meu objetivo. Ao perceber o fracasso que seria minha empreitada no banheiro das trevas minha querida avó entra em casa e de lá sai com um troço nas mãos... um troço porque no primeiro momento eu realmente nao reconheci o que diabos era aquilo, mas tratava-se nada mais nada menos que de uma lamparina, uma lamparina a gás! Minha vó tem um museu em casa, eu tenho certeza disso agora! E ela me fez mesmo tomar banho com aquela coisinha jurassica acesa no pé da porta inexistente do banheiro, com aquele cheiro horrivel de gas quase me sufocando la dentro... tirando a parte que eu merecia outro banho pra tirar aquela sensaçao de pessoa inflamavel do corpo tudo correu bem e eu nao precisei enfrentar fila nenhuma pra tomar meu banhinho.

Aiai... por isso que eu amo meus avós!!!!

segunda-feira, 19 de março de 2007

Idade: 14 anos


Sabe aquela fase que muitos de nós ainda não conseguiu superar? A nossa fase “14 anos”? Eis que a tal fase me levou, no ultimo sábado, ao absurdo de ir ao show comemorativo dos 14 anos do bloco siriguella, show este realizado no Marina Park Hotel e que levou ao já citado local uma quantidade incrível de chicleteiros, ou seja, um numero incrível de pessoas que ainda não conseguiram superar a tal fase “14 anos”... credo! Será este algum tipo de síndrome? Devemos nos preocupar com a possibilidade de uma epidemia onde as pessoas parecem regredir no tempo e cometer atitudes dignas da imaturidade adolescente?! Provavelmente não! Segundo Bell (o vocalista do Chiclete com Banana) se você foi ao show isto se deve tão somente ao fato de que em suas veias corre chiclete. Sim, chiclete...nao sangue como nas veias de todas as pessoas normais, porque, afinal, você é um chicleteiro.

Talvez seja muito difícil para você que foi ao show acreditar que só existem dois motivos possíveis para o fato: Ou você é imaturo, ou um chicleteiro convicto. Eu, particularmente, creio não me encaixar em nenhum dos perfis, já que eu jamais admitiria uma regressão de 5 anos e sou tão chicleteira quanto pode ser alguém que não sabe sequer a letra de qualquer musica da banda. Mas se é assim, que razão me levou a enfrentar aproximadamente 5 horas de show, junto com uma multidão de sabe la quanta gente sofrendo de tortura por culpa de uma sandália desgraçada-podocida-psicótica e pagando uma fortuna por produtos que custariam um terço em qualquer supermercado?!

Após uma cuidadosa analise dos fatos eis que eu finalmente cheguei a uma resposta convincente. Eu sou doida! Não há outra explicação plausível (e se houver eu aposto que essa ainda será a mais provável para o meu caso) e se você se encontra na mesma situação que eu, sinto muito lhe informar, você também é doido. Procure a clinica psiquiátrica mais próxima, ou simplesmente aceite o fato, que não é de todo ruim depois que você se acostuma. Mas se você não se conforma com nenhuma das explicações fornecidas por esta que vos escreve, saiba que não esta sozinho. Levando em conta a aceitação da minha condição pouco sã, eu provavelmente não sou a pessoa mais capacitada pra diagnosticar qualquer coisa. Então, se assim for, formule você mesmo sua teoria (tendo ou não comparecido ao show) e nos informe a respeito.